A pressa de ocupar o espaço

Vivenciar o vazio que a perda do pet traz não é tarefa fácil. Tampouco deixar vir todos os sentimentos que surgem ou invadem. No luto, a gente se adapta à nova realidade, sem o nosso amado serzinho e procura dar sentido à experiência vivida e à relação com ele/a. Alguns tutores se apressam em ocupar o espaço deixado pelo pet que partiu e essa antecipação pode gerar dificuldades para estabelecer vínculo com o novo bichinho.

É comum o tutor ter expectativa de que o recém chegado tenha a mesma personalidade do anterior e sabemos que alguns chegam a pegar um animal parecido com o falecido. Além disso, esse ‘atropelo’ pode fazer o tutor se sentir culpado, interpretando seu impulso como substituição que não honra o pet perdido. Novamente, em se tratando de processo de luto, não há certo ou errado, nem tempo apropriado.

Contudo é importante dar o tempo de se examinar e sentir se há espaço e disponibilidade para cuidar de um bichinho que pode exigir bastante de você para se adaptar. O melhor momento para pensar em um novo membro para a família é quando apesar do coração machucado pela perda, sentimos que há um lugar especial e protegido para o pet que partiu dentro de você e espaço cheio de afeto e energia para o novo bichinho.

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Patrícia Vidal
Psicóloga, especializada em vínculos e luto por perda de animais domésticos, e apaixonada por gatos